Lui abre exposição virtual para abordar homoafetividade, sorologia e ocupação de espaços

“Me interessa a construção de imaginários como estratégia de transformação social. Gosto de borrar limites e sobrepor camadas de modo que possamos ir além do binarismo, do maniqueísmo e da dicotomia que o mundo cisheterobranco impõe”, afirma o baiano Luiz Antônio Sena Jr. ou Lui como é conhecido na cena musical.

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Ele chega com “Presente – ritos de afirmação”, exposição onde cria e recria ritos que lhe afirmam enquanto sujeito-coletivo, agente das artes e do afeto. Fotografia, música, audiovisual, literatura, artes plásticas e cênicas são linguagens que hibridamente revelam contextos que atravessam a vida e obra do multiartista baiano, natural de Alagoinhas.

Lui evoca discussões sobre homoafetividade, sorologia e ancestralidade na exposição virtual com 24 obras que podem ser acessadas pelo site www.presenteritosdeafirmacao.com.

Gosto de borrar limites e sobrepor camadas.

“A homoafetividade, a sorologia e o candomblé são três instâncias que têm mobilizado minha poética e decorrem de meus ritos de passagem e afirmação”, revela o artista, que com a exposição apresenta uma espécie de sambaqui pessoal em resposta à pergunta “o que te faz presente?”.

Lui: pesquisador da cena, da palavra, da música e da imagem

Com 20 anos de carreira, Lui iniciou sua trajetória no teatro. A partir do trabalho em grupo começa a se arriscar em outras linguagens como a dança, a música, as artes visuais e a literatura, assim como em funções que vão além da atuação.

Resultado disso é que hoje ele é um pesquisador da cena, da palavra, da música e da imagem, um articulador que entrecruza artes, documentos e memórias.

Fotos: Nlá Omi