Victoria Dafner faz música pop deliciosa para lésbicas, é o Poptão!
“Um dos meus objetivos é trazer representatividade lésbica para o Pop, brinco até que estou criando o ‘POPTÃO’, o pop das sapatão.” É com força total que a cantora paulista Victoria Dafner vem chegando com a novidade “Minha Cara”. O clipe é inspirado em “Sex And The City” e representa mais um espaço conquistado para a nossa comunidade: o de produtos culturais diversos, nossos, genuínos.
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Victoria conta à Ezatamag que aposta em “paciência, autenticidade e profissionalismo” para construir uma carreira consolidada, como ela sonha e já começou a realizar. As duas maiores influências dela são Cher e Madonna e seu objetivo é que as lésbicas tenham música pop refletindo suas dores, amores, delícias, defeitos, alegrias, decepções, conquistas…
A música de Victoria garante nas prateleiras musicais, hoje quase todas digitais, um produto genuinamente LGBT+ a ser consumido, uma música que fala de nós, sobre nós e para nós. É o resultado de um trabalho de muitos anos que foi cuidadosamente construído e hoje permite um lançamento orgulhosamente sapatão.
Essa musa conta tudo na entrevista abaixo:
Como está sendo esta retomada depois da pandemia? Sua agenda de trabalho foi muito afetada?
Difícil, porém perto do que enfrentamos na pior época da pandemia, o momento atual vem como um respiro de liberdade. Foi durante a pandemia em 2020 que comecei a produzir os meus singles, já em 2021 tive que encontrar uma forma de gravar o videoclipe com todas as restrições, aprendi andar de patins e gravamos de madrugada no centro de São Paulo. Já em 2022 tive mais liberdade na hora da gravação do 3º videoclipe.
O que mudou? Quais os planos para este ano?
Mudou a autonomia de fazer as coisas, como durante a pandemia era muito difícil de conseguir produzir as coisas, comecei a me arriscar mais e tomar partido de algumas coisas. Como por exemplo dirigir o meu primeiro videoclipe. Para este ano o lançamento de 2 singles com videoclipe e voltar ao estúdio para produzir um EP para 2023. É incrível pensar que há 7 anos era algo imaginável e que hoje uma das maiores artistas do país é uma Drag Queen, e que com isso artistas da comunidade toda vêm ganhando espaço em diferentes áreas. Um dos meus objetivos é trazer representatividade lésbica para o Pop, brinco até que estou criando o “POPTÃO” o pop das sapatão.
Como você descobriu a artista dentro de você?
Tenho 15 anos de carreira, comecei a me apresentar com 13 anos de idade, depois fui gravando CD ainda adolescente e levando a música durante toda a minha trajetória de vida. Nos últimos anos durante a pandemia resolvi me dedicar exclusivamente à música e investir profissionalmente. Me descobri artista desde muito nova, quando gostava de fazer paródias sobre as pessoas e me apresentar.
Qual a principal lição que você aprendeu neste caminho?
Tudo leva tempo, e é uma construção de degrau a degrau como qualquer outra carreira profissional. E com a arte não tem negociação, a partir do momento em que você foi “contaminado” não tem mais jeito, você carrega ela com você a vida toda. Pode até tentar ignorar, mas uma hora ou outra ela volta e mostra que sempre esteve e vai estar ali.
Quais são suas maiores referências?
Cher e Madonna. Sou completamente apaixonada pelo trabalho das duas. Madonna por toda a sua ousadia, inovação e seu discurso empoderado. Cher pelo vozeirão, figurinos e a figura excêntrica que sempre foi.
Agora me conta o seu maior sonho!
Meu maior sonho é conseguir construir uma carreira consolidada, tocar em grandes festivais, ter liberdade e orçamento para produzir grandes projetos artísticos. Ser uma voz dentro da comunidade LGBT+ e ter meu trabalho reconhecido.