Outubro chega com a conscientização sobre o câncer de mama – que pode atingir mulheres e também homens

Outubro chegou trazendo não apenas o calor definitivo para o Brasil, mas também o lembrete do Outubro Rosa. A campanha que todos os anos promove a conscientização sobre os riscos do câncer de mama é mais do que necessária – e a gente precisa destacar que esta doença, ao contrário do que o preconceito diz, atinge homens e mulheres.

As estatísticas são majoritariamente femininas. O câncer de mama atinge mais mulheres do que homens. Mas não quer dizer que eles não possam ter câncer de mama. E os dados estão aí para provar isso.

Das 16.927 pessoas que vieram a óbito em decorrência da doença no Brasil no ano de 2018, 203 eram homens. Apesar de raro, estimativas nacionais indicam que 1% dos casos de câncer de mama afeta os homens brasileiros.

“Apesar da baixa incidência, esse tipo de câncer apresenta um alto percentual de mortalidade. A cada 100 casos, 1 ocorre no sexo masculino. Nos Estados Unidos, por exemplo, foram registrados 1.910 casos e, na maioria das vezes, o diagnóstico é feito tardiamente com a falta de adesão por parte deles na realização anual da mamografia”, alerta o oncologista Daniel Gimenes, do Centro Paulista de Oncologia (CPO), da Oncoclínicas.

O especialista ressalta ainda que além da falta de informação, há um preconceito em relação a este tipo de incidência. “Apesar de não encararmos dados alarmantes no quesito, é importante que os médicos alertem a população em geral sobre os riscos. O diagnóstico precoce é fundamental para as chances de recuperação dos pacientes”, ressalta Daniel Gimenes.

Nos homens, o diagnóstico da mamografia costuma sair mais rapidamente pelo reduzido tamanho de tecido mamário, facilitando a visualização de um nódulo pelos profissionais especializados.

Em muitos casos, a presença do câncer de mama masculino é um indício sugestivo de que o paciente possa ser portador de uma mutação genética hereditária no gene BRCA, sendo recomendada por especialistas a realização do teste molecular, mesmo que não haja histórico na família.

Trans

Para pessoas trans os cuidados, obviamente, são os mesmos. Mas não custa dar aquela lembrada amiga. Quem avisa, amigo é. Então a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) começou o mês já lançando em suas redes sociais a campanha Outubro Rosa – para todes.

Se liga no recado:

Travestis e transexuais podem desenvolver câncer de mama? A resposta é sim.

Neste outubro rosa, a ANTRA apoia e incentiva a população de Travestis e Transexuais de participar das ações de conscientização e informação sobre o câncer de mama pelo Brasil.

O preconceito, a desinformação e o despreparo profissional na área de saúde estão entre as principais barreiras para a pesquisa, prevenção e tratamento do câncer de mama em travestis, mulheres transexuais, homens trans e demais pessoas trans no Brasil.

Atualmente, a formação médica no Brasil não se aprofunda no tema da saúde das pessoas trans, ocasionando uma distância entre as pessoas trans e os profissionais de saúde.