“Enquanto você voava, eu criava raízes” é imperdível, lindo, sublime, raro

Vai apenas até o dia 28 de julho a temporada (já estendida) paulistana de “Enquanto você voava, eu criava raízes”, trabalho que celebra 25 anos de trajetória da companhia franco-brasileira Dos à Deux. O espetáculo tem oito indicações dos prêmios cariocas Shell e Cesgranrio (entre elas as de melhor espetáculo, direção, música, iluminação e cenário) e enche olhos, corações e pensamentos.

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A dupla fundadora da companhia, André Curti e Artur Luanda Ribeiro, é responsável pela criação, coreografia, cenografia e interpretação da montagem, que conta ainda com trilha sonora (belíssima, de chorar de lindeza) de Federico Puppi. Como pode um violoncelo ser tão contundente? Como pode uma música ser tão catalisadora de sentimentos?

André e Artur não dizem palavra alguma durante o espetáculo

As respostas estão em quase uma hora de espetáculo, misturando dança, música, performance, projeções – é um espaço sem limites, padrões, definições esmagadoras. É para celebrar a liberdade pós-pandemia, momento de gestação de “Enquanto você voava..”, ao mesmo tempo em que reflete sobre encontro, desencontro, reencontro.

Luz é um dos elementos sublimes do espetáculo

André e Artur não dizem palavra alguma durante o espetáculo e mostram que nem tudo precisa ser dito, basta apenas sentir. A dupla se lança em uma dança que reflete sobre entrega, sobre complementariedade, sobre apoio, encaixe, deixar voar ou criar raiz.

Tudo isso sem muitos elementos de cenário, com muita beleza nos jogos de luz e impacto em projeções da imagem dos artistas – encarando a si, lendo a si, enfrentando a si. É de voar de emoção e querer criar raízes no palco.

“Enquanto você voava, eu criava raízes”: até 28 de julho
Sextas e sábados, às 20h; domingo às 18h
Teatro Vivo: Avenida Doutor Chucri Zaidan, 2460 – Morumbi, São Paulo – São Paulo (ao lado da estação Morumbi da CPTM)
Ingressos entre R$ 20 e R$ 120 clicando aqui.