Três homens partem em uma jornada que acaba sendo de autodescoberta em “Doi Boy”

Por Eduardo de Assumpção*

“Doi Boy” (Tailândia/Camboja, 2023) Nontawat Numbenchapol explora temas de imigração ilegal, prostituição e direitos humanos através de seu primeiro longa-metragem. O diretor centra o filme em torno de três homens – um profissional do sexo, que vive em Chiang Mai, um policial e um ativista de direitos humanos.

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Depois de viver uma vida de abstinência como monge, Wan(Awat Ratanapintha) foi forçado a se juntar ao exército como resultado do conflito no Estado Shan. Durante toda a sua vida, outra pessoa tomou decisões por ele, seja seu guardião ou o Estado, e, assim, um dia, ele resolve fazer algo que ele queria como indivíduo. Wan começou a viver a vida de sua escolha, mas não era o que ele sonhava.

Wan queria viver na Tailândia e, depois de abandonar sua posição em Mianmar, foi parar em Chiang Mai, a cidade mais popular do norte da Tailândia. Sem documentos em seu nome, Wan acabou trabalhando como profissional do sexo. Ele era um imigrante ilegal, e era impossível encontrar empregos decentes. Trabalhar na Doi Boy era sua única maneira de economizar o suficiente para conseguir um passaporte.

O dono do clube mudou seu nome de Wan para Sorn, e foi assim que sua nova vida começou. Wan se apaixonou pela dançarina Bee(Panisara Rikulsurakan), e talvez porque seus trabalhos eram bastante semelhantes, eles não tinham nada a esconder. Ji(Arak Amornsupasiri) foi responsável pelo assassinato de um ativista de direitos humanos, Bhoom, e ele foi mais uma vez chantageado para realizar um trabalho semelhante.

O aumento do número de desaparecidos fez com que ativistas questionassem o governo e exigissem ações imediatas contra o tráfico de pessoas. Para conter o aumento dos protestos, policiais como Ji foram convidados a derrubar os ativistas à noite.

De qualquer forma, o relacionamento de Sorn com Ji acaba sendo um momento bastante libertador e emocional e dá uma história de fundo de por que essas pessoas se sentem e agem da maneira que fazem. Embora sejam tecnicamente estranhos um ao outro, eles confiam um no outro e partem em uma jornada que acaba sendo de autodescoberta.

Disponível na @netflixbrasil

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib