10 anos da Victoria Haus tem festa de dois dias e o retorno de um esteio LGBT para o DF
Gloria Groove ocupa o Estádio Mané Garrincha no dia 3 de junho
A Victoria Haus está completando uma década como referência e esteio LGBT no Centro-Oeste, sinônimo de boa festa em Brasília e palco aberto para profissionais talentoses – já consagrades ou iniciantes com potencial. A comemoração rola nos dias 3 e 4 de junho (no Mês do Orgulho LGBT), quando uma big festa encabeçada por Gloria Groove e Danny Bond e recheada de nomes de DJs nacionais de peso vai tomar conta do Estádio Mané Garrincha.
É para comemorar 10 anos e celebrar o retorno das atividades da Vic, como é carinhosamente chamada, após dois anos de pandemia. “Está sendo muito bom retornar porque eu e o Ricardo Lucas, meu sócio, quase desistimos. Mas no fundo, mesmo sem ter certeza do que iria acontecer, eu queria muito poder continuar a fazer aquilo que eu acho que é a minha vocação, que é trabalhar com a celebração da vida LGBT”, comemora o sócio Thales Sabino.
A programação está quente: na sexta, 3 de junho, diva Pikineia será a apresentadora da noite mais pop music. Gloria Groove e Danny Bond se unem a um time de drags e DJs com nomes como o DJ Felipe Ferreira, do Rio de Janeiro, que se apresentará com Carrie Myers, Caco Lelis, Cassandra Monster, Luisa Rodrigues, Dita Maldita, Naomi Kahlo, Meduzaa, Lee Brandão, Naomi Leakes, K-Halla, Pietra, Mary Gambiarra, Raykka Rica, Ayobambi, Túlio Bueno e Brunno Brandão.
O clima é de celebração, de alegria, de liberdade e de grandiosidade.
Já no sábado, 4 de junho, o eletrônico chega com tudo: com o produtor Breno Barreto (São Paulo), Diego Baez (Salvador), Karol Figueiredo (Goiânia) e Dominck DJ Trans, revelação do tribal house de Curitiba. Eles dividem a programação com outros nomes de peso como Laurize em back2back Goyaz, Juan Manuel de Buenos Aires, Erik Vilar e André Albano, Liza Rodriguez, Ícaro, Pedro Albuquerque com os bailarinos do Pocs Crew, Tagore, Dani Santos, Gui Barros, Tits e Mateus Medeiros.
“O clima é de celebração, de alegria, de liberdade e de grandiosidade. De olhar o Estádio Nacional, retornar para lá depois de ter feito eventos com Anitta, Ludmilla e Iza. Agora a gente volta para mais uma grande festa”, define Thales, completando que “o público vai encontrar uma grande produção nossa com uma das artistas mais incríveis que a gente conhece, a Gloria Groove, que fez o primeiro show em Brasília da carreira dela na Victoria Haus”.
Recomeço
A Vic sabe da responsabilidade que tem como referência LGBT no Distrito Federal e essa preocupação não ficou para trás com a pandemia. Thales reconhece que “é uma responsabilidade grande fazer parte da História da cidade. Em uma década muita coisa aconteceu” e destaca também a função social, além-divertimento, que a casa traz.
Longe do eixo Rio-São Paulo, a vida LGBT – com sua cultura, seus espaços, suas conquistas – não é tão ampla e vê em iniciativas como a Vic faróis em uma escuridão de conservadorismo, de preconceito, de ruralismo arcaico. Uma boate que celebra a diversidade na mesma cidade na qual habita o (des)presidente da República, arauto das trevas atuais, é muito mais do que simbólico, é resistência, é necessidade.
Além disso, as boates, e em Brasília a Vic inclusa, têm uma função no amadurecimento das pessoas LGBT porque, como bem pontua Thales, é nestes locais que muita gente se entende, se descobre, experimenta a liberdade, faz amizades, conhece amores. “Fora a parte profissional, de quem trabalha na noite. É uma profissão para estas pessoas, tanto na parte artística quanto na parte operacional.”
Ele aponta que o lado mais difícil é justamente o empresarial porque no Brasil é muito complicado seguir todas as normas, as leis – o que não levou os sócios a abrirem mão da legalidade. “Fazer do jeito certo é difícil. Foi isso que nos deixou parados por tanto tempo, enquanto outros lugares abriram de maneira adaptada ou clandestina mesmo. Muitas festas foram feitas, mas a gente não teve esta opção, nunca foi uma opção para nós fazer dessa forma”, assegura.
Com uma festona marcada e uma reforma da casa em curso, a Vic vai retomando seu caminho. Oferece diversão das boas enquanto resolve problemas administrativos e deixa inteirinho o prédio onde voltará a funcionar. “É um trabalho de reconstrução. É um recomeço mesmo.”
3 e 4 de junho de 2022
Estádio Nacional Mané Garrincha: SRPN Arena BRB Mané Garrincha – Asa Norte, Brasília
Início: 21h
Classificação: 18 anos
Ingressos: www.victoriahaus.com
Obrigatória a apresentação de documento original com foto e comprovante de imunização para a Covid-19 no app Conect SUS ou cartão de vacinação.