“Frida: Viva a Vida” é um filme intenso, quase dolorosamente reverente, sobre Frida Kahlo

Por Eduardo de Assumpção*

“Frida: Viva a Vida” (Frida – Viva la Vida, Itália, 2019) A obra de Giovanni Troilo é um filme intenso, quase dolorosamente reverente, sobre Frida Kahlo, a artista mexicana que – como este documentário parece sugerir – adquiriu o status de uma santa moderna em sua terra, quase tão adorada quanto a Virgem de Guadalupe.

Leia também:

“Smiley” é uma comédia que traz casais LGBTQ+ à tona com uma história inclusiva e divertida

“Paloma”, de Marcelo Gomes, é um filme baseado em fatos reais que denuncia a transfobia

Necessidades e desejos dos homens mais velhos que permaneceram no armário permeiam “Suk Suk – Um Amor em Segredo”

Claro, isso está realmente tomando uma sugestão de Kahlo, que empregou o estilo tradicional de pintura retablo do México para se tornar o tema de uma forma auto-inventada de iconografia religiosa, apoiada por sua vida pessoal tumultuada e perseguida por problemas de saúde.

Qualquer pessoa que não esteja particularmente familiarizada com a cronologia e os detalhes da vida e obra de Frida Kahlo, precisa de uma apresentação. Este filme não tem como objetivo servir como uma introdução ao trabalho, mas comunicar apaixonadamente o que vê como o estado de espírito de Kahlo, conforme retratado em uma série de pinturas importantes.

A atriz Asia Argento foi convocada para falar eloquente para a câmera, dando à lendária artista alguma conexão moderna com a campanha #MeToo. O acesso a alguns dos pertences pessoais de Kahlo é fornecido por uma luva amorosa. vestindo Hilda Trujillo Soto, diretora do museu Casa Azul. O filme é uma mudança interessante em relação à linha do tempo e à abordagem de cabeças falantes das artes visuais.

É justo dizer que esse trabalho emocionalmente impressionista turva as águas à medida que corta para sequências simbólicas temas-chave no trabalho de Frida Kahlo: o drama de sua dor física, seu senso de teatralidade e sua capacidade de transformar detalhes anatômicos horríveis em arte simbólica vistos de perto, de dentro do Museu que une a casa dela à do marido, o muralista Diego Rivera, na Cidade do México, a tornam uma artista ainda mais fascinante.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib