Necessidades e desejos dos homens mais velhos que permaneceram no armário permeiam “Suk Suk – Um Amor em Segredo”

Por Eduardo de Assumpção*

“Suk Suk – Um Amor em Segredo” (Suk Suk, Hong Kong, 2019) O cineasta, de Hong Kong, Ray Yeung, conta a história de um taxista, Park, de 70 anos, que ainda está trabalhando, embora pudesse se aposentar, mas ele só precisa de um motivo para escapar de sua casa todos os dias. Ele é uma típica família conservadora chinesa dirigida pela matriarca Ching Ching, sua esposa há 40 anos.

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Dirigir o táxi também lhe dá a chance de cruzar os banheiros masculinos da cidade em busca de sexo anônimo. É fora de um desses, que um dia ele conhece Hoi, um aposentado divorciado que recusa o convite de Park para fazer sexo, sugerindo que eles conversem e se tornem amigos primeiro.

Como Hoi divide seu apartamento com seu filho hipercrítico Wan e sua família, os dois homens não têm escolha onde podem ter um encontro sexual, então Hoi leva Pak para uma sauna onde todos os outros clientes também são homens maduros. Crédito total para Yeung e os dois atores por tornar essas cenas de intimidade discretas e, ao mesmo tempo, bastante eróticas ao som de uma trilha envolvente.

Os dois amantes desenvolvem facilmente um vínculo com as tardes na sauna e também com a liberação de que, pelo menos uma vez na vida, podem ser abertamente gays com outro homem. O filme brilha por não apenas nos mostrar que o amor queer não é somente para os jovens, mas por sua compreensão completa das necessidades e desejos dos homens mais velhos que permaneceram no armário durante toda a vida.

Disponível na Netflix.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib