Dia de refletir e construir novas formas de cuidado e proteção da vida de pessoas vivendo com HIV

Por Antra*

Quem são as pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) com carga viral indetectável e quem são as que adoecem por aids? Será que o sistema em que estamos inseridos nos deixa saber e pensar sobre isso?

Leia também:

Vídeos buscam quebrar tabus e mostrar a diversidade de quem vive com HIV

“Os Primeiros Soldados” trata de um tema até então pouco explorado no cinema nacional: o início da epidemia da AIDS

11a temporada de AHS resgata fôlego para abordar a epidemia de Aids nos anos 80 em Nova York

O risco de uma pessoa preta, infectada pelo HIV, morrer por aids é 2,4 vezes maior do que o de uma pessoa branca segundo a Vigilância Epidemiológica do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, no seminário de raça/cor do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo realizado em outubro de 2016. A população de rua, majoritariamente negra, possui 10 vezes mais chances de adoecer de aids que o restante da população.

As travestis e mulheres transexuais, sobretudo as negras, possuem estatisticamente 49 vezes mais chances de ter a infecção do HIV que o restante da população. E agora, com o aumento do discurso conservador, essas populações sofrem ainda mais discriminação e estigma, dificultando o acesso ao tratamento do HIV e até mesmo a políticas mais eficazes de prevenção.

Quem são as pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) com carga viral indetectável e quem são as que adoecem por aids?

Precisamos urgentemente de uma agenda de defesa de direitos em saúde: o SUS (Sistema Único de Saúde) possui uma maioria de usuárias/os negras/os, da classe trabalhadora. Logo, o seu sucateamento levará a uma ainda maior mortalidade por adoecimentos.

A hora é de nos aquilombarmos e resistir aos ataques. Precisamos defender a vida de quem nasceu com HIV (que em maioria pertence à população negra), e que também está com números altos de mortalidade, a vida das PVHA, das pessoas trans e das LGBT.

Texto escrito por Carlos Henrique de Oliveira em “HIV/aids e racismo: alta mortalidade da população negra em pauta”.