Anne Priscila Martins é a representante do Estado de Sergipe no concurso Miss Beleza Trans Brasil

A geminiana de 26 anos Anne Priscila Martins é a representante do Estado de Sergipe no concurso Miss Beleza Trans Brasil, que será realizado no Rio de Janeiro, no próximo dia 3 (saiba mais aqui). Entramos em contato com todas as eleitas e publicaremos as respostas por ordem de chegada, as entrevistas já publicadas estão no fim da página.

“Para mim, além de ser uma representatividade de beleza para o povo do meu Estado, o mais importante é ver minha voz ampliada, saber que posso falar para o povo é uma grande honra. Farei a nossa voz ser ouvida, nossos direitos respeitados”, conta.

Fizemos para a moradora de Propriá (SE) as mesmas perguntas enviadas às outras candidatas, garantindo isonomia na divulgação delas. Conheça um pouco mais sobre Anne Priscila Martins e seus objetivos como Miss:

Como foi a trajetória até ser eleita?

Desde os 18 anos trabalho como modelo, sou de uma agência chamada Inovat Model. Sempre tive esse sonho de participar de um concurso de miss, então me inscrevi e fui selecionada pelo Miss Beleza Trans Brasil como a representante oficial de Sergipe.

Tenho muitos sonhos, e eles mudam ao longo do tempo, mas hoje meu maior sonho é viver em uma sociedade igualitária, livre de preconceitos de todos os tipos, de bullying, de hipocrisias. Viver em um mundo onde as pessoas respeitem umas às outras.

O que isso significou para você?

Para mim, além de ser uma representatividade de beleza para o povo do meu Estado, o mais importante é ver minha voz ampliada, saber que posso falar para o povo é uma grande honra. Farei a nossa voz ser ouvida, nossos direitos respeitados e principalmente a nossa classe ser representada da forma mais educada e elegante possível.

Como você acha que pode ajudar a comunidade LGBT sendo Miss?

Pelo que tenho visto, estou sendo bastante apoiada, pois faço da minha voz a voz de todos quando se trata de lutar pelos nossos direitos. Não me calo diante do preconceito e da repressão, muito pelo contrário, luto bastante para provar que nós merecemos, acima de tudo, respeito.

Farei a nossa voz ser ouvida, nossos direitos respeitados e principalmente a nossa classe ser representada da forma mais educada e elegante possível.

Além de Miss, quais são seus projetos?

Além  de miss tenho planos de vida que com certeza incluem a minha classe como um todo. Assim que concluir o curso de Direito, pretendo me especializar na luta pelos direitos dos grupos vulneráveis, além de ser trans, sou mulher e negra, logo, pertenço a diversos grupo vulneráveis, os quais precisam urgentemente de uma representatividade atuante e dedicada unicamente a trabalhar  em prol destes, garantindo e lhes assegurando que todos sejam trados com igualdade. Não sendo jamais levado em consideração seu gênero, sua opção sexual, sua etnia, sua religião. Lutarei incansavelmente para reverter esse quadro, pois um país tão cheio de misturas, no qual vimemos em um Estado laico, não deve continuar a ser o país que mais mata pessoas trans no mundo.

Você acredita que ter se tornado Miss te ajudou na sua autoestima?

Sem sombra de dúvida participar de um concurso de beleza tão renomado como o Miss Beleza Trans Brasil é um privilégio, e poder representar o meu Estado com certeza elevou sim a minha autoestima. O fato de estar entre as mais bonitas mulheres trans do Brasil para mim desde já é um enorme privilégio. Entretanto, sei também que muitos outros requisitos são necessários para se tornar uma miss de um Estado. Sendo assim, é emocionante saber que os possuo, já que fui escolhida. Ao longo dos dias venho percebendo que esse título me trouxe junto muitas obrigações e responsabilidades, e tem sido maravilhoso, pois ser miss vai além da beleza e estou lutando para construir uma postura adequada com muita elegância, educação, simpatia e delicadeza que o título pede.

É importante para os LGBT construírem sua autoestima? Por quê?

Com certeza, pois não existe representante caso não tenha o apoio da classe que este pretende representar. E todo carinho que muitas pessoas da classe lgbtq+ vêm me passando, acima de tudo, é a força maior para contribuir com a ampliação da minha voz, portanto é de alta importância para mim esse apoio.

Como podemos nos ajudar nesse sentido?

Podemos nos ajudar unindo forças, formando grupos, nos apoiando uns aos outros. Gêneros e sexualidades lado a lado na luta pela conquista de direitos iguais para todos.

Agora uma pergunta clássica: qual seu maior sonho?

Tenho muitos sonhos, e eles mudam ao longo do tempo, mas hoje meu maior sonho é viver em uma sociedade igualitária, livre de preconceitos de todos os tipos, de bullying, de hipocrisias. Viver em um mundo onde as pessoas respeitem umas às outras, e lutarei para que esse dia aconteça.

Instagram @primartins_oficial

Entrevistas já publicadas:

Eloá Rodrigues (RJ)

Andrelle Balduíno (SP)

Larissa Costa (AP)

Wana Garcia (MS)

Alice Rodrigues (CE)

Hellen Portillo (DF)

Nathaly Luana (PR)

Gabrielly Santos (RS) 

Fernanda Carter (ES)

Nicolle Gondim (AC)

Fernanda Bianki (PB)

Ananda Oliveira (RN)

Karita Close (SC)

Nallanda Bioche (PA)

Branca Bacci (MT)

Karen Aguiar (GO)

Ariella Moura (MG)

Louise Xavier (BA)

Gabrielle de Paula (RR)

Ana Luiza Ferreira (PI)

Jéssica Souza (AL)