LGBTs podem ir à Copa do Catar, mas não poderão demonstrar afeto publicamente

O Catar anunciou que a comunidade LGBT é bem-vinda na Copa do Mundo de 2022, que começa no dia 21 de novembro. Pode ir, mas não pode demonstrar afeto em público, tem que ficar, como diria Fernanda Gentil, bem menininha. É o que afirmou a organização do evento.

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Em entrevista à CNN, o executivo-chefe do comitê organizador, Nasser Al Khater (foto), já adiantou que demonstrações afetivas de torcedores LGBT não serão vistas com bons olhos. Porém, reiterou que os LGBT terão liberdade e direito de viajar para o Catar para assistir aos jogos da Copa. Sem dar pinta. Bem heteronormativo. Bem “gente de bem”.

É claro que fica a cargo de cada um escolher ir ou não. Mas pergunte-se se vale a pena gastar seu dinheiro em um país que quer te matar. Porque para servir álcool, aí sim vale uma brecha na lei. Mas para o amor, aí não. Nasser disse ainda que o Catar e seus vizinhos são bastante conservadores, por isso ele pede que os torcedores respeitem essas “tradições”.

Joshua: insegurança e medo de jogar

Países como Arábia Saudita, Somália, Sudão e Irã, de origem islâmica, tratam a homossexualidade como um crime, cuja punição é a pena de morte. No Catar, a homossexualidade é punível com até três anos de prisão.

No início de novembro do ano passado, o jogador australiano Joshua Cavallo, o único da primeira divisão de futebol masculino a se assumir abertamente gay, alegou sentir insegurança e medo de jogar no emirado justamente por causa leis conservadoras do país. Nasser disse que não havia problema algum. Hum, sabemos…