Marília Calderón lança álbum com críticas ao fundamentalismo religioso, misoginia, lgbtfobia e autoritarismo

Marília Calderón, multiartista, psicanalista e pesquisadora sobre Não Monogamia e Psicanálise, lança na segunda feira, 6 de março de 2023, em todas as plataformas digitais, seu novo álbum visual em formato não mono (temático). O trabalho une canções de seu primeiro solo, “A saudade é um vagão vazio”, ainda não lançado ao vivo por conta da quarentena, do atual “Não adianta o inferno”, e do próximo, sobre os paradoxos dos amores não monogâmicos.

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O álbum visual “Não adianta o inferno”, o atual, realizado por meio do edital ProAC Prêmio por Histórico de Realização em Música, faz uma paródia teatral do neofascismo brasileiro, abordando algumas de suas facetas, como fundamentalismo religioso, misoginia, lgbtfobia, neoliberalismo, medicalização da saúde psíquica, colonialidade, branquitude e autoritarismo.

Críticas ao fundamentalismo religioso, misoginia, lgbtfobia e autoritarismo estão na música dessa gata

O trabalho foi inspirado também na escuta de mulheres e pessoas LGBTQIAPN+ na clínica Pluralidades, e conta com participação da psicanalista e atriz Cecília Boal. Com direção de fotografia de Iza Guedes e composições de Marília Calderón, o trabalho apresenta personagens e histórias ficcionais por meio de canções autorais que fazem conviver diferentes mundos, como o teatro, a música, a antropologia e a psicanálise.

Na contramão do que é hegemônico no mercado fonográfico, o álbum apresenta letras narrativas e arranjos progressivos, que trazem diversas mudanças de ritmos, andamentos e climas, os quais Marília Calderón compõe com sanfona/violão e voz. A produção musical é do tecladista Chicão (Gal Costa, Ava Rocha, Junio Barreto) e, além dele, faz também forte presença nos palcos e violinista Mafê (Gilberto Gil, Kaê Guajajara, Teatro Mágico).

Lançado em março de 2023, conta também com participação da atriz e diretora cênica Marta Najjar (Cia Pirata), do artista circense Rafé (Retumbantes, Musicircus) e da atriz e psicanalista Cecília Boal, que na década de 60 conduziu, com Augusto Boal, o Teatro do Oprimido.