Amazonense Elisa Maia prepara clipe para empoderar as belezas ignoradas e desvalorizadas

Cantora e compositora amazonense, Elisa Maia lançará o clipe “Beleza” em show na Aparelha Luzia, centro cultural e quilombo urbano em São Paulo. Show e exibição do videoclipe ganham contornos especiais: “Sou uma artista negra apresentando minhas músicas a um público majoritariamente negro, frequentador do quilombo”.

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A artista estará sozinha no palco, controlando equipamentos (notebook e controladora), numa liveset íntima com produção executiva de Leo Carter. No repertório, canções lançadas recentemente, entre 2020 e 2023, e de seu EP “Ser da Cidade”, de 2013. Sobre “Beleza”, sua faixa mais recente, Elisa comenta: “Canto a construção de uma autoestima, que só vê beleza ao reconhecer minha natureza e conviver com o prazer e a agonia dessa constatação”.

O clipe, que será exibido ao vivo, foi gravado numa parceria com a Casa Matagal, coletivo de mulheres pretas da cena ballroom amazonense. A ideia do clipe é apresentar belezas ignoradas e desvalorizadas aliadas a movimentos de voguing – originado nas ballrooms de Nova York nos anos 80 e consolidado como dança e performance voltadas ao público LGBTQIA+, principalmente negro, do mundo inteiro. “Beleza” estará disponível em todas as plataformas digitais no dia 14/03.

“Canto a construção de uma autoestima.”

Além de pré-lançamento, Elisa espera proporcionar ao público uma experiência próxima às influências sonoras presentes em suas composições – do reggae ao rock e ao R&B, costurados por uma visão indie de uma artista que constrói sua identidade musical a partir de uma vivência urbana e negra na Amazônia.

A ideia do clipe é apresentar belezas ignoradas e desvalorizadas aliadas a movimentos de voguing

“É sempre desafiador para artistas da região norte ocupar lugares importantes para construção de uma carreira na música, principalmente quando se é artista negra e periférica. O show se torna importante, porque significa ocupação, visibilidade e divulgação para a música feita na Amazônia, num grande eixo de circulação de arte e cultura como a cidade de São Paulo/SP”, conclui a artista.

Fotos: Alex Costa