“Lisa Frankenstein” é camp em sua estética e trilha sonora inspiradas nos anos 80

Por Eduardo de Assumpção*

“Lisa Frankenstein” (EUA, 2024) Zelda Williams tem o talento no DNA, ela é filha do eterno Robin Williams. Entendendo de comédia e da indústria, ela se juntou com a roteirista Diablo Cody, que ganhou um Oscar por sua estreia em ‘Juno’ e roteirizou o cult ‘Garota Infernal’, para seu filme de estreia, ‘Lisa Frankenstein’. A triste Lisa Swallows (Kathyrn Newton) frequenta uma nova escola nos subúrbios da Louisiana, em 1989.

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Ela está de luto pela perda de sua mãe, que foi brutalmente morta por um assassino mascarado. Ela não revela isso aos colegas e não deixa que sua nova bem-intencionada, a enteada de seu pai, Taffy (Liza Soberano) a anime. Enquanto visita o cemitério local todos os dias, Lisa se apaixona pelo busto, na lápide de um cadáver, Cole Sprouse, sem falas, da era vitoriana.

Um dia, uma tempestade de raios desenterra e reanima a cabeça do corpo. Assim, Lisa traz a bela cabeça para casa e a esconde em seu quarto, de Taffy e sua madrasta malvada, enquanto cria um novo corpo para ele. Na sepultura úmida, a criatura sofreu algumas perdas em seu corpo.

Mas com as habilidades de costura de Lisa e os choques elétricos de uma cama de bronzeamento, as partes podres podem ser substituídas pelas de cadáveres frescos. Não é difícil adivinhar qual peça de reposição será a cereja do bolo. O filme lida com pessoas que não se encaixam. A protagonista é uma adolescente gótica no final dos anos 1980 que realmente não se sente pertencente, seja na escola ou em casa.

Só alguém que está duplamente deslocado, vem de outro tempo e está morto, consegue trazê-la à vida. Em vez de se encaixarem, eles criam um mundo próprio. Fora da trama e personagens bizarros, ‘Lisa Frankenstein’, é camp em sua estética e trilha sonora inspiradas nos anos 80, com bandas como The Echo and the Bunnyman, Pixies, Jesus and Mary Chain e When in Rome.

Os figurinos extravagantes e a ambientanção, e as referências de Viagem à Lua(1902)’, de Méliès à John Hughes, se prestam ao provável status de clássico cult, que o filme ganhará com os anos. Diablo Cody é uma observadora muito precisa de sua geração e das situações sobre as quais escreve.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib