Eleições 2022 salvam o Brasil do precipício com a vitória de Lula e a derrota do fanatismo

Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito no domingo, 30 de outubro, para o seu terceiro mandato como presidente do Brasil, derrotando o ódio, a intolerância, o negacionismo, a violência e tantas outras coisas perversas que o bolsonarismo semeou nos últimos quatro anos. Foram 50,9% dos votos válidos (60.345.999). Vamos comemorar, mas também já é hora de cobrar.

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É inquestionável para a comunidade LGBT+ o alívio da vitória de Lula. Se fosse uma derrota dele, seria também nossa, seria o aval definitivo para que a onda de conservadorismo se abatesse sobre nós, sem defesa. Ao eleger Lula, o Brasil mostrou que ainda está aberto ao diálogo, que ainda acha absurdo um (des)presidente imitando gente morrendo sem ar.

Agora com o grito já solto da garganta, agora que estamos mais tranquilos, é hora de não esquecer que somos cidadãs e cidadãos e cobrar sim o nosso voto. A comunidade LGBT+ já ficou de fora do primeiro pronunciamento de Lula como presidente eleito feito à TV na noite de domingo. Falou das mulheres, da população negra, dos povos originários.

Mas nada de LGBT+. Nenhuma fala direcionada, clara, com todas as palavras – no caso as nossas letras. Lula não pode mais ser o presidente dos dois outros mandatos, e já mostrou que sabe disso ao apostar forte em promessas como a sustentabilidade ambiental. O mundo é outro, o Brasil também.

Não somos mais a população subentendida, aquela que todo mundo precisa completar mentalmente que existe, que sem encaixa no que está sendo falado.

E neste novo mundo a comunidade LGBT+ não é mais coadjuvante, assim como não foi na eleição de Lula. Merecemos, melhor, temos o direito de ser nominalmente citados, exigimos que a partir de agora todos os discursos sobre intolerância, preconceito e violência também nos contemplem.

Não somos mais a população subentendida, aquela que todo mundo precisa completar mentalmente que existe, que se encaixa no que está sendo falado. Temos sigla, demandas, força, capacidade, mobilização política, influência, capital financeiro e intelectual e representatividade.

Eduardo Leite (PSDB) se reelegeu no Rio Grande do Sul

Lula não pode cometer o mesmo erro que cometeu em seu discurso no domingo, no primeiro deles. Perdoado, ok. Mas não esquecido.

Leite

O segundo turno das Eleições 2022 trouxeram também o primeiro governador brasileiro assumidamente LGBT+: Eduardo Leite (PSDB) se reelegeu no Rio Grande do Sul após se assumir gay em seu primeiro mandato. Há notoriedade da sexualidade de uma governadora que seria a primeira LGBT+, mas nós da Imprensa consideramos que uma pessoa só é assumida quando se declara publicamente, o que não é o caso.