Marcha sobre Washington completa 40 anos – e foi um gay negro que organizou

Bayard Rustin foi um ativista dos direitos civis e um estrategista da não violência nos Estados Unidos durante o movimento pelos direitos civis nas décadas de 1950 e 1960. Ele desempenhou um papel fundamental na organização de importantes eventos e protestos pelos direitos civis, incluindo a histórica Marcha em Washington por Empregos e Liberdade, há exatos 60 anos, em 28 de agosto de 1963, onde Martin Luther King Jr. proferiu seu famoso discurso “I Have a Dream”.

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Além de seu trabalho como organizador de protestos e estrategista não violento, Rustin foi um defensor dos direitos dos afro-americanos e também desempenhou um papel fundamental na introdução das ideias de resistência não violenta inspiradas por Mahatma Gandhi nos Estados Unidos. Ele também trabalhou extensivamente em questões de justiça social, incluindo a luta contra o racismo institucional, o apartheid na África do Sul e o movimento pelos direitos dos trabalhadores.

Rustin era conhecido por sua orientação sexual abertamente gay, o que o tornou uma figura controversa dentro do movimento pelos direitos civis na época, já que a sociedade americana era menos tolerante em relação à diversidade sexual. No entanto, ao longo de sua vida, Rustin também se tornou um defensor dos direitos LGBT e continuou a lutar por justiça social, mesmo quando enfrentou discriminação devido à sua orientação sexual.

Rustin: fundamental na introdução das ideias de resistência não violenta de Gandhi

Sua contribuição para os direitos civis e sua abordagem não violenta da luta por justiça deixaram um legado duradouro nos Estados Unidos e em todo o mundo. Bayard Rustin é frequentemente lembrado como uma figura importante na história do ativismo pelos direitos civis e na promoção da igualdade e da justiça social.

A Marcha sobre Washington foi uma manifestação política de grandes proporções ocorrida na cidade de Washington D.C., capital dos Estados Unidos, em 28 de agosto de 1963, organizada e liderada, entre outros, pelo advogado, pastor, ativista dos direitos humanos e pacifista Martin Luther King, que reuniu mais de 250 000 pessoas na cidade para clamar, discursar, orar e cantar por liberdade, trabalho, justiça social e pelo fim da segregação racial contra a população negra do país.

Ao lado de Luther King, ele tinha um sonho

Durante o dia, manifestantes de todas as partes do país, cuja maior percentagem era de negros (75 a 80%), chegaram a Washington, muitos deles após caminharem pelas estradas, para a manifestação programada pelas lideranças negras dos EUA, causando grande preocupação ao governo do Presidente John Kennedy, um político simpático à causa, de que a aglomeração acabasse a causar conflitos e transtornos irreparáveis, que prejudicassem a aprovação da legislação dos direitos civis, então em curso de aprovação pelo Congresso e manchasse a imagem do país internacionalmente.

Entretanto, esses temores não se concretizaram, com o ato transcorrendo em profunda ordem e civismo, e a sua repercussão mundial o tornou na maior força política para a aprovação das leis de direitos civis e direito de voto, em 1964 e 1965.