Lee Brandão derruba barreiras e preconceitos e supera deficiência para inspirar pessoas
A brasiliense Lee Brandão já é uma linda lenda da noite drag brasileira para além de qualquer padrão estético ou físico, derrubando qualquer barreira com uma abertura de pernas matadora, intimidadora, poderosa e inabalável em cima de seus altos saltos. Não será uma deficiência física a responsável por limitar o talento de Lee – que sempre sobe ao palco arrancando aplausos, despertando admiração e espalhando a arte drag.
Ela percebeu que poderia ir além, para onde quisesse, enquanto dava aulas de dança. “A arte drag surgiu por intermédio da dança, comecei a ser coreógrafo e bailarino de algumas drags, logo pensei que poderia também me tornar uma drag”, conta. Poderia, deveria e foi: investiu na produção e faz drag com qualidade, se amparando em seu talento verdadeiro e dispensando críticas atenuadas.
Força e coragem que a fizeram ser quem é, misturadas com empatia para fazer de sua experiência um aprendizado para quem também não se encaixa em padrões impostos. Lee se agiganta em sua consciência de que pode tudo que quiser mesmo em um mundo onde ainda insistem em pensar o contrário – estes sim deficientes, de educação.
Em 2019, pouco se fala e pouco se compreende uma “vertente” do LGBT que é pouquíssimo falada, a vertente das pessoas com deficiência.
“Eu sei que sempre posso ir mais além e quebrar muitas barreiras ainda. Mas não só em cima de palcos, a internet hoje em dia é um segundo ‘palco’, com ela você pode atingir uma pessoa isolada que, de repente, vê um vídeo seu na internet e se inspira”, conta. Ela usa e abusa da conectividade para mandar mensagens positivas e cheias de incentivo, fazer críticas sobre a invisibilidade de pessoas com deficiência ou dividir os vídeos de seus shows onde aposta em caricatas ou divas cantoras.
Lee sabe que alguns caminhos são de pedra e usa toda sua coerência e inteligência para amaciar o caminhar de quem ainda está nos primeiros passos. “O meu foco é esse, incentivar pessoas fora de padrões a se aceitarem e seguirem seus sonhos, não se importando com o que as pessoas vão dizer.”
No vídeo abaixo ela dispara: “Em 2019, pouco se fala e pouco se compreende uma “vertente” do LGBT que é pouquíssimo falada, a vertente das pessoas com deficiência, sendo ela física, visual, auditiva, mental e múltipla. Que pra sociedade ainda é inaceitável, como já ouvi falas que até já citei, mas que cabe ênfase, dizem que: “já não bastam ser deficientes, ainda serem gays?!”
Escudo
Lee conta que sua personalidade é diferente da de sua drag, que ela não influenciou em sua sexualidade, mas ao se transformar sente despertar em si poderes especiais para barrar todas as críticas que tentarem impedi-la. “A drag é meu escudo em várias questões, quando visto esse meu ‘escudo’, me sinto mais confiante do meu ‘corpo imperfeito’ por saber onde já cheguei e onde ainda posso chegar.”
“Ouvirão falar de mim por um bom tempo ainda! Com certeza não faltarão oportunidades!”, avisa. Tomara.
Lianna brisa
10/09/2019 17:16
Deusa maravilhosa amo demais Lee você merece o mundo !