Peça “Brian ou Brenda?” discute identidade de gênero ao contar, com liberdade ficcional, o caso de David Reimer
A peça “Brian ou Brenda?” promove uma discussão sobre identidade de gênero ao contar, com liberdade ficcional, o polêmico caso de David Reimer. O espetáculo, dirigido por Yara de Novaes e Carlos Gradim, ganha novas apresentações gratuitas nos teatros Paulo Eiró (de 5 a 7 de abril), Arthur Azevedo (de 12 a 14 de abril) e Alfredo Mesquita (de 19 a 21 de abril) e uma nova temporada popular no Teatro Itália Bandeirantes (entre 3 e 26 de maio, com ingressos por até R$40).
Leia também:
9a temporada do DragStar começa sua fase de batalhas no Rio de Janeiro
Espetáculo do coletivo Buraco Show no Rio retoma o delicioso movimento do desbunde carioca
Cabaré Carioca de Variedades leva a mais subversiva das artes ao palco mais histórico do Rio
Em 1965, nascem os gêmeos Brian e Bruce, que são submetidos a uma cirurgia de fimose aos 8 meses. Durante esse procedimento, o pênis de Brian é acidentalmente cauterizado. Atônitos, os pais procuram o psiquiatra John Money, que defende a tese de que os bebês nasceriam neutros e teriam seu gênero definido pela criação. Ele aconselha a família a fazer em Brian uma operação de redesignação sexual e a educá-lo conforme uma menina.
A criança passa a ser chamada de Brenda. O resultado é uma menina que cresce infeliz em um corpo que não é seu e, ainda adolescente, tenta se matar. Os pais decidem contar a verdade e, então, Brenda resolve ir em busca da real identidade que nunca havia deixado de ter.
Conhecida como um dos casos mais polêmicos da psiquiatria, a violência sofrida por David Reimer é usada por pesquisadores e instituições de todo mundo para fomentar a discussão sobre identidade de gênero. Os grupos conservadores argumentam que este é um exemplo de que uma pessoa biologicamente nascida com o sexo masculino sempre se identificará como um homem. Já os teóricos de gênero defendem que o sofrimento causado pela tentativa de impor uma identidade a David é o mesmo pelo qual as pessoas transgêneras passam na sociedade conservadora que tenta impor seus padrões.
A violência sofrida por David Reimer é usada por pesquisadores e instituições de todo mundo para fomentar a discussão sobre identidade de gênero.
A encenação mescla fatos reais e ficcionais para propor uma reflexão sobre gênero e o direito às escolhas e desejos de cada um, bem como os limites dos tratamentos médicos e psiquiátricos. O grupo faz questão de frisar o respeito pelas diferentes identidades, colocando a pauta, inclusive, na boca de David. Ao final da trama, por exemplo, ao ser questionado em uma entrevista, ele afirma que não é contra a cirurgia de redesignação sexual, se isso for um desejo de uma pessoa que se sente no corpo errado, contrapondo essa possibilidade ao que aconteceu.
Brian ou Brenda?, de Franz Keppler
Classificação etária: 14 anos
Duração: 80 minutos
Teatro Paulo Eiró
Endereço: Avenida Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro
Quando: 5 a 7 de abril, na sexta e no sábado, às 21h, e no domingo, às 19h
Ingressos: grátis, com direito a debate ao final de cada sessão
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
Teatro Arthur Azevedo
Endereço: Avenida Paes de Barros, 955, Alto da Mooca
Quando: 12 a 14 de abril, na sexta e no sábado, às 21h, e no domingo, às 19h
Ingressos: grátis, com direito a debate ao final de cada sessão
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
Teatro Alfredo Mesquita
Endereço: Avenida Santos Dumont, 1770, Santana
Quando: 19 a 21 de abril, na sexta e no sábado, às 21h, e no domingo, às 19h
Ingressos: grátis, com direito a debate ao final de cada sessão
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
Teatro Itália Bandeirantes
Endereço: Av. Ipiranga, 344, República
Quando: 3 a 26 de maio, às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h
Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada)
Vendas online em Sympla
Bilheteria abre duas horas antes do evento
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida