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PEDAGOGA

Thânya Tulmuto une pedagogia, Paulo Freire e arte drag para criticar o atraso de ideias

Thânya Tulmuto é “uma drag queen paulofreiriana, contra o retrocesso, Fora Bolsonaro!” que tumultua deliciosamente os lugares por onde passa. Da pernambucana cidade de Jaboatão para o mundo, usa a arte e o humor para mandar uma mensagem poderosa contra a desigualdade, o preconceito e as ideias arcaicas que prendem o Brasil.

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O criador dessa diva, Rafael Silva, viu na pandemia uma oportunidade de mergulhar nos estudos e não vê a hora de concluir o curso de Pedagogia. Também quer retomar logo os projetos culturais e sociais onde é embaixadora: do NACC – Núcleo de Apoio a Criança com Câncer e do GAC/PE – Grupo de Apoio à Criança e Adolescente com Câncer de Pernambuco.

“O Humor SALVA SIM! e pode sim ser usado para discutir as questões sérias, eu prezo muito por humor inteligente, trabalhar como drag queen é alegrar as vidas das pessoas envolvendo todas elas em nosso universo da ARTE e deixando cada momento memorável para toda uma vida”, conta à Ezatamag na entrevista a seguir:

Há muito a ser feito? O que pode ser feito?
Sim, sim, hoje aqui em nossa cidade de Jaboatão temos um gestor que engavetou as políticas públicas para a população LGBTIA+, um exemplo foi o corte na verba para divulgação e promoção da cidadania LGBT, que foi para R$ 3 mil anuais, um absurdo! E o que poderia ser feito é simples, o gestor que por sinal foi “reeleito” deveria apenas por em prática tudo que foi aprovado na Conferência Municipal LGBT da gestão anterior. É uma pena que os vereadores não fiscalizam o Executivo como deveriam fazer, aí já viu o descaso total né? Vamos ficar atentas…

Sonhar cada vez mais por um país livre de qualquer tipo de preconceito ou discriminação!

Quando você percebeu que sua drag estava dentro de você e precisava se mostrar para o mundo?
Percebi que havia um dom da arte da transformação em mim quando tive meu primeiro acesso com o público, em outubro de 2004, foi mágico, e muito encantador a recepção do público, me senti abraçada o tempo todo, e não mudou de lá pra cá, vivendo um sonho há 16 anos, amando, acreditando e trabalhando muito com esta arte.

Foi muito difícil decidir começar na arte drag?
Humm… confesso que não foi, pois lá no início eu não tinha nenhuma pretensão em estar drag, em ser drag, então tudo foi acontecendo e fui vivendo o “ser drag” com bastante consciência e aproveitando todas as oportunidades.

Quais desafios você enfrentou e ainda enfrenta e como encarou/encara?
Um principal desafio que destaco aqui pra você que está lendo aqui na Ezatamag é o seguinte: no início da minha carreira artística houve apenas um único conflito da parte da família, eu fui muito sábio e decidi não entrar em conflito com a família, toquei o barco pra frente, enfrentei todas as tempestades e anos depois de forma espontânea recebi apoio de toda a família, e hoje seguimos firmes e fortes, e com todes participando dos meus eventos. Um sonho, só tenho mais para agradecer do que pedir ou reclamar nessa vida.

O que você pode dizer para outros artistas que estão neste caminho?
Viva o momento (o agora), respeite, AME o próximo e reclame menos!

O humor salva? Ele pode ser usado para discutir questões sérias?
O Humor SALVA SIM! e pode sim ser usado para discutir as questões sérias, eu prezo muito por humor inteligente, trabalhar como drag queen é alegrar as vidas das pessoas envolvendo todas elas em nosso universo da ARTE e deixando cada momento memorável para toda uma vida.

Você sempre gostou de atuar? O que você sente quando entra em um personagem?
Entrando na particularidade de Rafael. Eu era muito tímido, hoje bem menos, pois trabalhar com a arte da transformação foi LIBERTADOR, e quando entro na personagem “ha ha ha ha” é uma entidade caricata que ama estar entretendo e se comunicando. É a arte por toda parte!

Quais suas principais referências de atuação?
Confesso que uma referência de atuação principal posso falar que minha irmã mais velha! rs

O que você tem feito para manter a cabeça fresca na pandemia?
Pratiquei muito Standuppadlle e cair de cara na leitura (que me levou para o âmbito acadêmico pedagógico) e muita meditação para tentar evoluir a espiritualidade. Hahh hummmmm #NAMASTE

Quais os projetos para o futuro quando tudo isso passar?
Sair VIVA! Terminar meu curso de Pedagogia e voltar a estudar e executar os projetos culturais e de cunho sociais nos quais sou Embaixadora do NACC – Núcleo de Apoio a Criança com Câncer e o GAC/PE – Grupo de Apoio à Criança e Adolescente com Câncer de Pernambuco.

Agora me conta seu maior sonho!
Primeiramente ver o nosso País sem DESIGUALDADE SOCIAL, porque mais de 500 anos depois a gente continua sofrendo as mazelas da tão romantizada “colonização do Brasil”. Tenho certeza que um dia isso irá acontecer, seguimos atentes REXISTINDO para EXISTIR… Sonhar cada vez mais por um país livre de qualquer tipo de preconceito ou discriminação! #PAZ

1 Comments
  1. Elainy Cardoso

    10/01/2022 19:40

    Muitoooo masssaaa! Amo até os ossos! Como quem acompanha de perto essa pessoa maravilhosa tenho a acrescentar que Rafael Thânya Tulmuto tem um coração maior que ele mesmo! Onde ele chega contagia todos com sua alegria, sem falar que também nos emociona com seu amor e carinho ao próximo, seja nos projetos sociais ou na sua vida particular fazendo o bem sem olhar a quem, sem esperar nada em troca sem plateias, isso me faz ser mais apaixonada por ele.

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