Artista Órion Lalli sofre perseguição e ameaças por abordar em seu trabalho os corpos que vivem com HIV
Não tem sido fácil para o artista Órion Lalli tocar a vida nos últimos meses. Ele vem sendo perseguido, caluniado e ameaçado pelo menos desde o fim de fevereiro, quando uma de suas obras sofreu censura no Rio de Janeiro. Ele atualmente está sob proteção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e diminuiu sua exposição nas redes sociais.
O começo da perseguição, conta à Ezatamag, foi “logo no processo da censura que sofri no Museu Hélio Oiticica no Rio de Janeiro”. Órion era um dos participantes da exposição Lavra 2020 e teve sua obra “Todxs Xs Santxs” retirada da mostra após a visita do deputado estadual Márcio Gualberto (PSL).
Não apenas ele. O Secretário da Cultura do Rio de Janeiro, Adolfo Konder, declarou que a obra de Lalli promovia o vilipêndio e a intolerância religiosa.
Após a censura, a obra foi renomeada como #eunãosoudespesa e continuou sendo mote para a perseguição. O motivo? “Preconceito e intolerância. No meu trabalho falo sobre meu corpo, que vive com HIV, e com @em.coitros eróticos”, aponta sobre seu trabalho.
O artista já passou por episódios como encontrar um bicho morto em frente à sua casa, mas se mantém firme e diz que é preciso denunciar sim “sempre que possível” todo tipo de intolerância. A solução para esta perseguição, segundo ele, é uma só: “Tirar o Bolsonaro do poder”.