Abaixo à hipocrisia: Livro fala sobre experiências canábicas e maternas de uma mulher sem preconceitos  

“Diário de Uma Mãeconheira” (Moluscomix) é uma coletânea de textos e experiências canábicas da escritora Maíra Castanheiro que traz desabafos sobre a vida de uma mãe contra o sistema. Sua escrita fala sobre a mulher que, além de suas responsabilidades, também vive intensamente e da forma mais honesta possível as suas paixões, desafios, desafetos, sonhos, loucuras e sua sexualidade.  

Para o livro, foram selecionados os melhores textos dos últimos 5 anos. “Eles contam a história de uma mulher, de uma mãe, que decide viver só e precisa enfrentar todo o sistema capitalista e, claro, o machismo. O diário é um espaço de desabafo, uma ferramenta para nossa emancipação, para nossa autonomia e autoconhecimento”, explica Maíra.  

As crônicas de Maíra, sobretudo as escolhidas para o “Diário de uma Mãeconheira”, vão mais além e entram em temas ainda considerados tabus pela sociedade, mas a escritora não tem papas na língua e fala abertamente sobre sexo e drogas, sem medo de julgamentos sobre suas opiniões.  

O projeto foi lançado inicialmente via Catarse, em uma campanha que contou com a ajuda de diversos apoiadores da causa canábica e do antiproibicionismo

“Dificilmente uma mulher mãe que fala abertamente sobre sexo e drogas é aceita, a maioria sofre preconceito e discriminação, é vista como incapaz ou indigna de ser mãe. Então, espero que o livro possa contribuir para este debate: que uma mulher mãe também pode falar sobre esses assuntos, que ela também trepa e usa drogas. E que isso não a faz menos mãe”, pontua. 

Desde 2015, Maíra divide com os internautas seu dia-a-dia como mãe da Mariaalice, professora, historiadora, pesquisadora, tradutora e mestranda. Mais do que um livro no qual divide com o leitor suas histórias, Maíra espera que “Diário de Uma Mãeconheira” possa quebrar preconceitos e somar aos debates, principalmente para as discussões feministas antiproibicionistas e sobre maternidades dissidentes. 

O visual do “Diário de Uma Mãeconheira” também é especial e pensado para comunicar da melhor maneira possível o conteúdo inusitado

O projeto foi lançado inicialmente via Catarse, em uma campanha que contou com a ajuda de diversos apoiadores da causa canábica e do antiproibicionismo. O visual do “Diário de Uma Mãeconheira” também é especial e pensado para comunicar da melhor maneira possível o conteúdo inusitado. O design é da Samanzuca(@samanzuca) e do Ganp (@ganp03), e as ilustrações são do Douglas Ribeiro(@_dougneh), da Ariadne Mathias (@adiemathias) e da Bem Bolado Brasil (@bemboladobrasil), que inclusive foram grandes apoiadores do projeto.  

O prefácio do livro foi escrito pela cantora Marina Peralta, cantora e compositora que, ao longo dos anos, moveu-se pelo samba e MPB, até se estruturar no reggae e no rap. Suas letras ressaltam o empoderamento das mulheres, a luta por igualdade social e econômica, dentre outros temas.