Longa “Sem Coração” chega aos cinemas como um microcosmo da própria vida humana
Por Eduardo de Assumpção*
‘Sem Coração’ chega aos cinemas via @vitrine_filmes como um microcosmo da própria vida retratando um espectro de experiências humanas, da alegria à tristeza, da perda ao ganho, do medo à descoberta do amor profundo. Listei alguns motivos para não perder o filme.
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1- ESTREIA DE TIÃO E NARA NORMANDE
A estreia na direção de longas dos diretores, se distingue por um estilo harmonioso, misturando autenticidade e sensibilidade, realismo e fantasia, e retratos individuais e coletivos, tudo em contraste com paisagens oníricas à beira-mar.
2 – TOM AUTOBIOGRÁFICO
A sinopse diz que Tamara está aproveitando suas últimas semanas na vila em que vive antes de partir para Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de Sem Coração. Durante o verão, Tamara sente uma atração crescente por essa garota.
3 – FOTOGRAFIA
Uma parábola modesta sobre a união de dois Brasis, ‘Sem Coração’ também deve muito à sua diretora de fotografia, Evgenia Alexandrova, que captura totalmente a sensualidade de uma certa idade e lugar, transformando o filme em uma experiência visual imersiva.
4 – COMING-OF-AGE
É um filme sobre amadurecimento. Os protagonistas são jovens muito diferentes que povoam as praias tropicais do Brasil, em 1996. Tamara, que começa a descobrir sua atração por mulheres assistindo a sex tapes, se apaixona por ‘Sem Coração’.
5 – CURTA-METRAGEM
O longa é a sequência de um curta-metragem, de 2014, de mesmo nome, premiado na “Quinzena dos Realizadores”, em Cannes, com a qual divide os ambientes e cores e a protagonista, Eduarda Samara.
6 – REFERÊNCIAS
O filtro de uma extraordinária sensibilidade feminina e feminista (referências explícitas da realizadora são ao cinema de Lucrecia Martel, Alice Rohrwacher, mas também de Céline Sciamma) consegue segurar de alguma forma moral mesmo as cenas mais brutais e ásperas.
7- ELENCO
Um dos destaques do filme são as atuações cativantes entregues por seus jovens atores, que trazem profundidade e autenticidade aos seus personagens. Os ressaltos adultos vão para Maeve Jinkings, de ‘Pedágio’, e Erom Cordeiro.
*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib