Colin Firth e Stanley Tucci transbordam na entrega de suas atuações no longa “Memórias de um Amor”

Por Eduardo de Assumpção*

“Memórias de um Amor” (Supernova,Reino Unido/Irlanda, 2020) Colin Firth, ganhador do Oscar por ‘O Discurso do Rei’ e indicado por ‘O Direito de Amar’, onde também interpreta um homossexual, e Stanley Tucci, indicado por ‘Longe do Paraíso’, protagonizam esse drama, onde como numa Supernova, uma explosão do estágio máximo evolutivo de uma estrela, eles transbordam na entrega de suas atuações.

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No filme, dirigido e escrito, por Harry MacQueen, os consagrados atores interpretam Sam e Tusker, um casal junto há 30 anos. Sam(Firth), é um renomado pianista britânico e Tusker(Tucci), um escritor americano, que acaba de começar a sentir os primeiros sintomas de Alzheimer ou demência, o que o roteiro não deixa totalmente claro.

Os atores têm uma química fantástica, que funciona muito bem nas discussões sobre vida, amor e morte. Com a possibilidade de uma despedida, eles embarcam em uma viagem pelo interior da Inglaterra, em um motor home, junto do cachorro, até à casa da família. Com cenas lindas e poéticas, como olhar para as estrelas ou dividir a mesma cama, o filme nos entrega uma reflexão dolorida sobre até onde vai o amor.

Embora interajam com outros personagens, o longa é segurado pela dupla de protagonistas e seus diálogos e momentos, profundos e intensos. Sam não aceita a morte iminente de seu parceiro, não consegue dar adeus. Enquanto Tusker, não quer se sentir dependente de ninguém, e coloca temas delicados em questão.

Ao ler uma carta comovente escrita por Tusker para toda à família, Colin Firth nos presenteia com um dos melhores momentos do filme. Através de belas paisagens inglesas, a Supernova, que aqui simboliza a morte vai aparecendo, seja em sequências melancólicas ou em diálogos complexos, que trazem uma acidez e até um certo refinado humor ao texto.

Lindo, ‘Memórias de um Amor’, é uma belíssima e triste história de amor com atuações sublimes e profundas. Um filme para se envolver, comover e se emocionar. Disponível no @googleplay e na @paramountplusbr

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib