Grupo foi idealizado por seis travestis
Movimento nacional de travestis e transexuais comemora 30 anos de luta
O dia 15 de maio é um marco do movimento de travestis e transexuais no Brasil. Em 2022 comemora-se os 30 anos do Movimento Nacional, organizado, de Travestis e Transexuais que nasceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 15 de maio de 1992, pelo grupo ASTRAL – Associação de Travestis e Liberados.
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Foi a primeira ONG de Travestis e Transexuais da América Latina. Até a data não se tinha conhecimento de outra associação específica, feita por e para pessoas Trans na região. O grupo foi idealizado por seis travestis: Jovanna Baby, Jossy Silva, Elza Lobão, Beatriz Senegal, Raquel Barbosa e Munique do Bavier.
O objetivo era atuar no resgate da cidadania plena, inclusão social e enfrentamento da violência cometida pela sociedade em geral contra a população de travestis e transexuais. Bem como a luta pela conscientização e prevenção do HIV/Aids, e o apoio às pessoas positivas.
“Por esse motivo, discutimos a importância de marcar a data de criação deste movimento no Rio de Janeiro no calendário nacional, como o Dia do Orgulho de Ser Travesti e Transexual. Uma data que não anula ou se contrapõe a data do 29 de janeiro – Dia da Visibilidade Trans, já ratificada no Brasil. Ambas são importantes e somam forças para a luta das Travestis, Mulheres Transexuais e Homens Trans”, lembra a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
A mais importante entidade T do Brasil destaca ainda que “o 15 de Maio marca uma data histórica para o segmento no Brasil, desconhecida pela maioria, pois pela primeira vez essa população estava se organizando de forma política, o que causou visibilidade e repercussão na mídia, que publicizavam a ação, dada a sua importância ao articular essas pessoas em associações, para aumentar as forças coletivas e lutar pela existência das pessoas Travestis e Transexuais”.
Nossa colunista Michelly Longo comemorou a data recordando que “precisamos diferenciar o orgulho em ser quem somos de sentir orgulho de viver em um país que nos empurra a todo momento pra marginalidade. São coisas totalmente diferentes”.
Ela continua: “tenho orgulho de ser uma travesti de 39 anos onde eu comemoro cada dia em que permaneço com vida, mesmo tendo inúmeras dificuldades e tendo o básico me negado diariamente. Mas enquanto houver existência seremos resistência, não preciso usar essa plataforma todos os dias pra expressar meu orgulho ou ficar militando de qualquer jeito… Estou viva e ultrapassei a expectativa de vida de pessoas trans nesse país, isso já é o suficiente”.
Nossa diva da Dança do ventre, a cantora baiana Ventina frisou que “o Brasil ensinou a sua população odiar pessoas trans e travestis. Desenvolver um sentimento de orgulho, sendo uma pessoa trans e travesti nesse país, é o ato de amor próprio mais poderoso que tem. Se ame, se orgulhe de sua trajetória, jamais permita que te digam que é incapaz”.