Dia de refletir e construir novas formas de cuidado e proteção da vida de pessoas vivendo com HIV
Por Antra*
Quem são as pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) com carga viral indetectável e quem são as que adoecem por aids? Será que o sistema em que estamos inseridos nos deixa saber e pensar sobre isso?
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O risco de uma pessoa preta, infectada pelo HIV, morrer por aids é 2,4 vezes maior do que o de uma pessoa branca segundo a Vigilância Epidemiológica do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, no seminário de raça/cor do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo realizado em outubro de 2016. A população de rua, majoritariamente negra, possui 10 vezes mais chances de adoecer de aids que o restante da população.
As travestis e mulheres transexuais, sobretudo as negras, possuem estatisticamente 49 vezes mais chances de ter a infecção do HIV que o restante da população. E agora, com o aumento do discurso conservador, essas populações sofrem ainda mais discriminação e estigma, dificultando o acesso ao tratamento do HIV e até mesmo a políticas mais eficazes de prevenção.
Quem são as pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) com carga viral indetectável e quem são as que adoecem por aids?
Precisamos urgentemente de uma agenda de defesa de direitos em saúde: o SUS (Sistema Único de Saúde) possui uma maioria de usuárias/os negras/os, da classe trabalhadora. Logo, o seu sucateamento levará a uma ainda maior mortalidade por adoecimentos.
A hora é de nos aquilombarmos e resistir aos ataques. Precisamos defender a vida de quem nasceu com HIV (que em maioria pertence à população negra), e que também está com números altos de mortalidade, a vida das PVHA, das pessoas trans e das LGBT.
Texto escrito por Carlos Henrique de Oliveira em “HIV/aids e racismo: alta mortalidade da população negra em pauta”.