Brasil tem 4 milhões de pessoas transgênero ou não binárias, aponta Unesp
1,9% da população brasileira é de pessoas transgênero ou não binárias: são 4 milhões de indivíduos em uma população estimada em 2020 pelo Banco Mundial em 212,6 milhões de cidadãos. É o que aponta um estudo inédito desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Foram entrevistadas 6.000 pessoas em 129 municípios de todas as regiões do País.
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Segundo os participantes do projeto, os resultados mostram a urgência de políticas de saúde voltadas para esse público. A professora da Faculdade de Medicina de Botucatu Maria Cristina Pereira Lima, autora do artigo, destaca que homens trans necessitam de consultas ginecológicas periódicas, por exemplo. Ela também lembra que, em todo o mundo, a expectativa de vida das pessoas trans é mais baixa.
Os resultados mostram que pessoas identificadas como transgênero representaram 0,69% e pessoas não binárias, 1,19%. O termo transgênero descreve “pessoas que se identificam com um gênero incongruente ou diferente daquele que lhes foi atribuído no nascimento”, conforme explicação da Unesp. Já o termo não-binário diz respeito a indivíduos que sentem que sua identidade de gênero está fora das identidades masculina e feminina, ou entre elas.
A proporção encontrada é similar à de outros países que dispõem de estudos populacionais nesse sentido.
A proporção encontrada é similar à de outros países que dispõem de estudos populacionais nesse sentido, como Estados Unidos e Inglaterra. A pesquisa buscou referências internacionais para chegar ao cálculo de 6 mil pessoas que deveriam ser entrevistadas.
A análise dos dados mostrou que o número de indivíduos transgêneros e não-binários obedeceu à proporção da população de cada região do país. Os dados sociodemográficos mostraram ainda que não há diferença significativa entre os dados coletados nas capitais e nas cidades do interior.